Quando era pequena e dispunha da plenitude do tempo, as tardes eram extremamente vagarosas, aliadas aos relógios que para mim não existiam, e concediam-me a liberdade suprema para sonhar e viver esses sonhos. Agora as tardes assemelham-se a uma corrida. Nessa corrida, o tempo é o vencedor e eu apenas me canso. Já sei que não vale a pena desafia-lo, especialmente agora que dou importância às horas e às datas... Contudo, sou persistente, pois acredito que posso reaver uma tarde vagarosa.
E enquanto medito sobre essa remota possibilidade, o tempo já corre e ganha vantagem sobre mim.
Raquel Dias
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