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13 de agosto de 2013

arte de simplificar.

A tua ausência prematura cresceu-me no peito, as rosas desabrocharam, os dias aqueceram, 
não se pode ter tudo, claro que se pode ter tudo, eu tive-te um dia. 

Pensamentos repetidos até à exaustão, uma porção de sementes, as cinzas, é de nós a flor que brota, 
são linhas retas, a avenida, a meta,
nem dei pela partida, sabes…
E a arte, a verdadeira arte pertence-te, o impenetrável império da carne e do sangue, tu tens a chave, não ma devolvas!
Nas paredes colecciono murros e furos, palavras que me decoram os olhos, borboletas na cabeça, espinhos nas mãos, as rosas, claro.
A culpa é tua. Enlouqueceste-me. 
E eu que tinha tantas saudades do futuro, e eu que tinha construído um muro… Para quê. Para nada.
Já nem os discursos do senso comum me consolam. 
Este ar é esmagador, ando nua pela casa, arrasto as asas pelo chão,
em tempos remotos eu voei,
lembras-te? tu estavas lá...
Agora aprendo o silêncio, a arte de simplificar o quotidiano, 
vai-se andando, com desânimos contidos, 
sentimentos moídos…
...nos vemos a la vuelta!



Raquel Dias






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