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30 de agosto de 2013

dormir como uma mãe

o gato dorme, a mãe dorme,
eu entretenho-me no fingimento.
finjo-me feliz, coerente,
conforme me idealize a gente

o dia escorre, a noite desliza,
faço-me poetisa por consolo
antes que a brisa destrua
a minha alma de falso tijolo

ando nua pelas ruas do mundo
de rosto moribundo e pés gastos
em busca de um solo fecundo
onde possa dormir como um gato,

como uma mãe…


Raquel Dias

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