Julia Randall
Acto I - Beijo
Tens o sol na
boca nas cordas vocais
como um vendaval intemporal cujo
idioma de sal faz dos beijos cais
mares profundos onde vislumbro
mulheres estranhas de algas e escamas
que me cantam versos e epopeias
dos universos paralelos onde vivem
os monstros os fantasmas e outros
seres que os sonhos não atingem
Acto II - Sémen
como um vendaval intemporal cujo
idioma de sal faz dos beijos cais
mares profundos onde vislumbro
mulheres estranhas de algas e escamas
que me cantam versos e epopeias
dos universos paralelos onde vivem
os monstros os fantasmas e outros
seres que os sonhos não atingem
Acto II - Sémen
Tens o sol na
boca na língua curiosa
que morosa demora por entre as
horas em que cedo o corpo
ao cais e às ondas macias cuja
espuma leitosa alicia à morte
ao abandono da lucidez à sorte
das marés sujas do teu sal
transcendental e transverso
intimamente canibal
que morosa demora por entre as
horas em que cedo o corpo
ao cais e às ondas macias cuja
espuma leitosa alicia à morte
ao abandono da lucidez à sorte
das marés sujas do teu sal
transcendental e transverso
intimamente canibal
Acto III - Depois
Mas o sol também mergulha adormece
na prece que carece de um Deus
e que se derrama por entre as entranhas
de um corpo gasto que diria meu.
(e que, mais que à luz, às sombras cedeu)
Raquel Dias
Sem comentários:
Enviar um comentário