E esta sensação de que andamos em bicos de pés por entre roseiras,
haja coragem, afinal, “¡la sangre es vida!”, e nós andamos tão anestesiados
talvez seja da temperatura,
o gato que dorme aos pés da cama tardes a fio
(isto é uma espécie de rascunho, caro leitor)
a janela entreaberta, cheira-me a Outono bem ao fundo,
para lá da cidade, do teu Arno, e ainda a impressão de que andamos em bicos de pés
- Como é que chegamos a isto?
o gato que ronrona esporadicamente, eu sou mais feliz quando me sinto uma lástima,
de pés ensanguentados, também,
por entre roseiras, melhor,
que existe algo de extraordinário na leveza das pétalas
no carmim vertiginoso denso do sangue, por fim! Algo que nos liberte da narcose
já o gato desapareceu,
está na hora,
afundemo-nos no rio limpemos as feridas.
Raquel Dias
1 comentário:
És demasiado generosa, mas não me queixo! :)
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