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30 de agosto de 2012

escrever é um desafio constante



Ando a trabalhar numa história, é verdade, aconteceu-me algo raro, de súbito tive uma ideia  promissora, julgo-a ser, e agora ei-la, a desenrola-se freneticamente. É de facto raro, eu geralmente não ultrapasso meia dúzia de linhas, criar personagens sempre foi uma dor de cabeça, já para não falar dos nomes, como eu abomino eleger nomes, e sobretudo, quanta dificuldade existe em orientar a história para lá da ideia! 
Escrever é um constante desafio, em sete páginas já cometi diversos erros, já se me esgotaram as ideias pelo menos quatro vezes. 
No passado cheguei a redigir histórias algo compostas, chegando às cinquenta e duas páginas e desistindo de todo o conteúdo em seguida; não estava pronta. Honestamente, ainda hoje não julgo estar, mas decidi nomear estas tentativas de exercícios, e lá está, a prática leva à perfeição, costumam dizer.
Não nego a complexidade; será decerto complicado transformar uma encruzilhada destas, que tanto mexe com o tempo real como com o tempo psicológico (e já a realidade é de si tão subjectiva…) numa narrativa compreensível. Lá está outro problema, eu nutro um certo fascínio pelas coisas enredadas e um romance da minha autoria (reparem como passei de história para romance, ah, as expectativas!) tem, inevitavelmente, de conter uma pitada de impossível e incerto.
Seguindo esta linha, é óbvio que o que tenho vindo a escrever está muito à minha medida. Não sei se estará à vossa, e muito menos se serei sequer capaz de efectuar a dita metamorfose, passar da ideia louca em bruto para algo relativamente atingível, mas há que tentar…
Caso dê para o torto, sempre posso apelidar a experiência de exercício (e certamente não me sentirei tão mal).
Escrever é um desafio constante, apontem, que este é um dos poucos dogmas fiáveis.


Raquel Dias

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