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5 de setembro de 2012

exclamação (!)

estados em constante mutação, ora sim, ora não,
de tudo um pouco e agora nada; diria até remorso,
quer erguer-se uma exclamação ao fim desta mesma linha                                                                  
seres orgânicos e orgasmos, espalhafatos e os ditos pecados
a voz agora amena sublinha o apego,
e outra vez, e outra, esgota-se,
seres orgânicos, deformidades, mas ainda assim,
insiste-se nas reticências, orgasmos, espalhafatos
e a voz em dados contextos ainda se dulcifica,
até que se ergue a exclamação (!) um tanto dissimulada a princípio,
rodopia-se no entretanto, na inconsistência, ricochetes da própria vida,
ora sim,
ora não,
de tudo um pouco,
agora nada,
o içar da exclamação não passa despercebido à multidão que assiste !
quanto ao remorso, haverá certamente uma gaveta onde se possa enfia-lo.





Raquel Dias

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