um tiro certeiro
e tudo se extingue.
onde teria eu a cabeça?
examino a poça de sangue que se alastra, densa e cintilante – morangos silvestres,
um verão demasiado distante – aproximo-me em passos lentos,
toco-te,
toco-lhe,
levo os dedos à boca e sabe-me a gargalhadas,
ao fim de tarde na praia, já o sol débil, a maré tépida,uma criança que chora não quero ir embora!
Um tiro, foi tudo quanto bastou. Soltou-se a delicadeza dos primórdios de Setembro, vejo-me de lábios pintados, o escarlate desse meloso sangue, disperso-me, toda eu pedaços,
toda eu areia. tinha em mente algo tão simples quanto as ondas do mar…
Raquel Dias
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