Pelas ruas mais recônditas
– e eventualmente intimidantes, não fosse a tua mão – a noite apertava-se
contra as paredes enquanto um tranquilizante silêncio ecoava em redor.
Caminhamos sem destino ou ponto de partida, o tempo havia ficado num qualquer
lugar luminoso e apartado. Neste reino de sombras vestimos as asas de dois
pássaros nocturnos, a madrugada pertence-nos, o medo é um mito – o assombro é
este, apenas este, as mãos.
Às tantas dou pelo tambor, o compasso cardíaco frenético na garganta, será
tarde, demasiado tarde, e eu não sei onde estou.
Não importa, dizias-me, esta noite nada importa.
Outro cigarro, um beijo desmedido,
e já sinto o bater das asas.
e já sinto o bater das asas.
RaquelDias
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