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19 de agosto de 2013

eu não sou de ninguém

palavras onde a minha voz cabia:
Eu não sou de ninguém... Quem me quiser
Há-de ser luz do Sol em tardes quentes
Nos olhos de água clara há-de trazer
As fúlgidas pupilas das videntes

Há-de ser seiva no botão repleto,
Voz no murmúrio do pequeno insecto,
Vento que enfurna as velas sobre os mastros!...


Há-de ser Outro e Outro num momento!
Força viva, brutal, em movimento,
Astro arrastando catadupas de astros!


Florbela Espanca

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