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27 de agosto de 2013

meu sonho

anda cá meu sonho,


retoma-me o corpo ausente
o desabamento é iminente e eu tenho medo da vertigem
devolve-me a maré alta de sossegos, a origem
o ventre quente,
que não me pisem as noites claras
as amarras ao céu longínquo!

oh! meu sonho, regressa!
contigo o prado, olhos amendoados,
tudo o que se dissipou em vida
os contos inacabados que persistem em ferida

que eu quero paz, eu mereço,
arrefeço a cada dia como um astro só

na foz da consciência habitam-me monstros
e é de escombros a matéria da vigia
- por isso prefiro a anarquia dos sonhos
o pesadelo mais medonho
à realidade sem magia


Raquel Dias

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