Hoje tenho um formigueiro no peito, uma ânsia agradável,
sabor feliz nos lábios, vontade latejante de
não-se-bem-o-quê,
amanheci num inverno precoce, deve ser por isso.
Porque o céu está pálido infeliz as ruas molhadas e pardas,
transeuntes contrariados retiram os casacos do armário, eu
mesma escolho um, que sensação boa, a da lã,
e cheira a terra molhada, cheira a novembro a cada milímetro da casa,
chá quente na caneca,
a janela embaciada,
e esta persistente vontade de não-sei
- que a temperatura desça mais um pouco...
Raquel Dias
Sem comentários:
Enviar um comentário