A estrada, as
horas, o infinito das nuvens, o tempo que te percorre as veias e a tinta com que mato as sextas-feiras, abstrai-te, sai de casa, o dia passa e eu
esqueço-me de ti mas não tanto quanto relembro a saudade, às vezes da praia, às vezes do campo,
do teu tamanho concreto e de como não cabes cá dentro ainda que encaixes… As
horas outra vez no pulso e na cabeceira, na primeira perseguição, eu tento
apanha-las e mata-las simultaneamente, depende, sempre depende, do quão vazias
estão. Se eu pudesse viajar no tempo não sei que faria, se voltaria ou se
ficaria aqui, na placidez daquilo que não vês. É demasiado tarde para
cobiçar o futuro. Regresso às nuvens, à chuva imaginada, à obscuridade da nossa casa. Se eu pudesse ficar
no limbo… pressinto que jamais voltaria, que jamais me iria
de ti.
de ti.
Raquel Dias
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