évora, 2010
tomo o tempo de tombar-me na erva
fresca molhada amada pelas chuvas
formigas pulgas e até aranhas enquanto
revolvo as entranhas numa tentativa de
ser menos altiva e mais humana num
longo fechar das pestanas mas
o sono foge-me trepa pela laranjeira
os pássaros sonham uma vida inteira
enquanto eu
tombada na erva fina sou
mais citadina que nunca
expulsando as formigas
pulgas e aranhas do
meu altivo desconforto
que arranha.
Raquel Dias
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