O quarto está vazio, silencioso, abandonado à escuridão. Drake não voltará a casa esta noite.
Como se filma a biografia de um artista cuja vida fora tão curta e enigmática?
No documentário “A Skin too few”, a solução foi apostar na estética. A informação pode parecer escassa mas o ambiente recriado sugere-nos o suficiente para que possamos imaginar quem foi Nick Drake.O seu talento foi ignorado e conservado nas sombras durante os seus breves 26 anos de vida. Suicido ou overdose, ninguém sabe ao certo. Aparentemente, nem a própria família conhecia o jovem que vivia no quarto da janela redonda. Drake é descrito como um rapaz tímido, introvertido e obcecado pela sua guitarra. Apesar de ter iniciado uma carreira promissora no mundo da música, o desencanto foi prematuro dado que ninguém lhe prestava a devida atenção. Hoje em dia, quantos de nós não daríamos tudo para apreciar Riverman ao vivo? Um caracter já de si depressivo e solitário obscureceu-se perante a deceção. Suicídio ou overdose? A segunda opção é realmente mais convincente.A sua breve aventura musical foi doce e melancólica. Em 1969, com apenas 21 anos, Drake lançou o primeiro álbum “Five Leaves”, que imortalizou algumas das suas melhores composições. Em 1970 lançou “Bryter Layter” que também não chegou sequer a roçar o êxito. “Pink Moon”, gravado em Londres em 1972, transparece um óbvio pessimismo e estado depressivo. As canções que produziu depois deste período foram publicadas em 1979, 5 anos após a sua misteriosa morte, no albúm “Fruit Tree”. Esta foi a confirmação de um talento difícil mas sincero. Foram necessários 30 anos para que uma companhia de carros resgatasse uma das suas canções para um anúncio televisivo. A publicidade fez magia: em poucas semanas, os álbuns de Nick Drake venderam mais cópias do que em todos os anos precedentes. A sua aura de músico amaldiçoado fez com que o mundo começasse finalmente a questionar: mas quem foi Nicholas Drake? Num curto espaço de tempo, o músico tornou-se muito mais do que a soma total da sua obra. O crescente fascínio por esta figura misteriosa motivou a elaboração de “A Skin Too Few”. A voz de Gabriella narra a história do seu pequeno irmão acanhado cujo talento nos assombra actualmente.Trata-se de um documentário emotivo que tenta penetrar o mito sem descuidar a atmosfera indesvendável que o envolve e caracteriza. Beleza dolorosa, crua e íntima sob a forma de canções que se assemelham a sussurros. Apesar de toda a melancolia e tristeza, também se pode pressentir a esperança. A certeza de que este era o seu talento, o seu propósito.
4 de Janeiro de 1994. Reykjavík. Jon Thor Birgisson, Georg Holm e Agust eram ainda adolescentes quando gravaram a música que lhes valeu um contrato com a Bad Taste.
Desde os primeiros acordes até ao último suspiro de Birgisson ao concluir Valtari, a essência manteve-se inalterada. Cada canção é um mundo, mas cada um destes mundos coexiste em harmonia num universo celestial, o universo inato de Sigur Rós, onde reina uma paz tão soberana que emociona e até perturba. Aqui, o nevoeiro ganha voz. O degelo é um violino nostálgico. Os minutos dissolvem-se em ventos longínquos, as dimensões tocam-se, misturam-se, assustam, alimentam a alma.
Sigur Rós é capaz de engolir-nos vivos. Sentimos a lava no fundo da terra, o paradoxo existencial, mas o sossego prevalece. O alvoroço emocional finda em ténues brisas melódicas que nos permitem fechar os olhos sem medo e aceitar a noite, o vazio, a derradeira vontade da mãe natureza.
Por isso, Parabéns pelos 20 anos de união! Parabéns por cada minuto esplendoroso de arte!
Como
uma maldição, a própria gravidade, quiçá fortuna ou livre arbítrio demente,
abrem-se-me as mãos, o espaço entre os dedos é suficiente para que tudo verta,
lembra-te de que aceitaste os termos e condições, lembra-te disso e deixa verter,
afinal que somos se não chuva em mãos alheias,
sempre destinados à terra, à reinvenção?
de cabeça afundada na almofada a gritar no vazio que não, não e não. e não me convenço de que não, e jamais me convencerei do contrário. é imprudente. antes contorcer-me até que passe. não será a primeira vez, nem a última, certamente.
Love me like a heart beat With your long hair and your cold feet Hold me like its easy My heart won't break if you need me Your love is for a beggar, Empty hands is all I've ever had.