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13 de abril de 2015

poema obsceno

quero escrever poesia obscena
fazer de ti um orgasmo mudo
um sussurro na ponta dos dedos
um enredo digno de cinema

quero beijar-te as pestanas
as entranhas e os fluídos
fazer de ti lobo, canibal,
uivos, sangue, temporal

Quero dar-te a vida
dar-te um pedaço
do regaço infértil que trago

Quero ser-te a loucura
ser-te a paz
que aplaca o desejo mordaz

Na noite e na quimera
à plena luz da primavera
ser-te a terra
e a exosfera
tudo quanto já era

antes de que me esquecesses.



Raquel Dias

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