sujar o ar de pequenas tristezas que
levam o teu nome infinito nas entrelinhas e
entre as minhas inspirações comovidas?
Que poemas posso eu cantar sem
manchar as avenidas das tuas cores e
dos horrores de
manchar as avenidas das tuas cores e
dos horrores de
amar o que não ama
curar o que não estanca
de esperar como
quem quase alcança sem
sequer avistar...?
Que histórias posso eu contar sem
quebrar em granizo ao
contemplar o impreciso sorriso
com que me fitas pela manhã?
Como posso eu ser sã ou
diga de uma conversa se
é nesta controvérsia que
convirjo em segredo,
dia
após
dia
num degredo repleto de
euforia?
euforia?
E que seria de mim se
não fosse assim, se
pudesse cuspir palavras, versos e
verborreia entretida
sem estar detida na loucura de
querer uma voz alheia a
ternura d’outras veias
entrelaçada nas minhas?
querer uma voz alheia a
ternura d’outras veias
entrelaçada nas minhas?
Na verdade, eu
já tinha o poema terminado,
repleto de palavras que te
passam ao lado como
quem pesa e com pressa parte,
e dei por mim
já com a arte seca num
frenesim de perder a cabeça e
derramar-se pelo chão…
E tu não vieste tu
não quiseste ouvir-me citar,
cantar o mundo num
constante rimar capaz de
agitar até um maestro…
E neste eco de mim tão só que
palavras posso pronunciar sem
sujar a atmosfera de uma história que
era nossa e tão fantasiosa como
um fantasma em busca de ar?
já tinha o poema terminado,
repleto de palavras que te
passam ao lado como
quem pesa e com pressa parte,
e dei por mim
já com a arte seca num
frenesim de perder a cabeça e
derramar-se pelo chão…
E tu não vieste tu
não quiseste ouvir-me citar,
cantar o mundo num
constante rimar capaz de
agitar até um maestro…
E neste eco de mim tão só que
palavras posso pronunciar sem
sujar a atmosfera de uma história que
era nossa e tão fantasiosa como
um fantasma em busca de ar?
Raquel Dias
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